-Não dê alimentos coletados para uma serpente!
Nunca pegue aves, roedores, anfibios, nem nenhum animal na natureza para alimentar uma serpente (ou qualquer outro animal criado em cativeiro).Alimentos coletados podem estar lotados de endoparasitas (parasitas internos, como vermes), ectoparasitas (parasitas externos, como carrapatos), doenças, etc. que poderão ser passadas para serpente e pode até resultar em morte.Não dê bobeira, antes de comprar uma serpente, tenha ja em mãos o alimento, pois imprevistos acontecem, e você pode pagar o preço por comprar um animal sem ja ter o alimento.
17 de jul. de 2009
Posts rapidos - o que não se deve fazer na criação de serpentes I
-Não compre animais coletados!
Comprando um animal coletado da natureza você terá um animal muito mais propenso a ser agressivo e não aceitar manuseio, muito mais vulneravel à doenças, dentre outros problemas a mais que você terá.
Uma coisa que muita gente não sabe, é que animais coletados quase em 100% dos casos vem com algum tipo de parasita, ou doença.
Outra coisa comum é um animal coletado não comer bem em cativeiro, ou simplesmente não aceitar comer em cativeiro, e acabar morrendo.
Não pense que comprar um animal pego da natureza é bom porque é mais barato, porque você com certeza vai pagar mais caro com ele do que comprando um animal nascido em cativeiro.
Comprando um animal coletado da natureza você terá um animal muito mais propenso a ser agressivo e não aceitar manuseio, muito mais vulneravel à doenças, dentre outros problemas a mais que você terá.
Uma coisa que muita gente não sabe, é que animais coletados quase em 100% dos casos vem com algum tipo de parasita, ou doença.
Outra coisa comum é um animal coletado não comer bem em cativeiro, ou simplesmente não aceitar comer em cativeiro, e acabar morrendo.
Não pense que comprar um animal pego da natureza é bom porque é mais barato, porque você com certeza vai pagar mais caro com ele do que comprando um animal nascido em cativeiro.
Posts rapidos - o que não se deve fazer na criação de serpentes
Devido alguns problemas em relação à falta de tempo para postar aqui, decidi começar a postar coisas rapidas, como erros que não se devem cometer na criação de serpentes, e sempre que possivel e conforme eu for lembrando, vou postando aqui.
Marcadores:
Criação em cativeiro
13 de jun. de 2009
Termos técnicos
Bem, como esse blog fala sobre todos aspéctos relacionados à serpentes, resolvi falar um pouco sobre isso.
Quando uma pessoa começa em algum hobbye, estudo, etc. é comum não entender algumas palavras, porém, é necessário saber. Então vou listar aqui alguns termos mais comuns e mais utilizados:
Folidose -Sistema de contagem de escamas para répteis = taxonomia ( denominação dada no livro: "Serpentes Brasileiras".
Fossorial ou semi-fossorial - É um hábito de algumas espécies de viver sob o solo ou sob folhiços.
Ofiófaga - Serpente que se alimenta de outras serpentes.
Ontogenético - Quando uma espécie desenvolve colorações diferentes durante faixas etárias de sua vida (Ex: Corallus caninus, Oxyrhopus petola, Pseudoboa nigra, etc.).
Ovípara- Que põe ovos ao invéz de ter os filhotes já formados.
Sexagem - Método utilizado para saber o sexo do animal (PS: existem vários métodos de sexagem, na parte de criação em cativeiro tem uma matéria sobre esses métodos).
"sp." - É a abreviação de "espécie".
"spp." - É a abreviação de "Subespécie".
Vivípara - Que tem filhotes já totalmente formados e "prontos pra vida".
Quando uma pessoa começa em algum hobbye, estudo, etc. é comum não entender algumas palavras, porém, é necessário saber. Então vou listar aqui alguns termos mais comuns e mais utilizados:
Folidose -Sistema de contagem de escamas para répteis = taxonomia ( denominação dada no livro: "Serpentes Brasileiras".
Fossorial ou semi-fossorial - É um hábito de algumas espécies de viver sob o solo ou sob folhiços.
Ofiófaga - Serpente que se alimenta de outras serpentes.
Ontogenético - Quando uma espécie desenvolve colorações diferentes durante faixas etárias de sua vida (Ex: Corallus caninus, Oxyrhopus petola, Pseudoboa nigra, etc.).
Ovípara- Que põe ovos ao invéz de ter os filhotes já formados.
Sexagem - Método utilizado para saber o sexo do animal (PS: existem vários métodos de sexagem, na parte de criação em cativeiro tem uma matéria sobre esses métodos).
"sp." - É a abreviação de "espécie".
"spp." - É a abreviação de "Subespécie".
Vivípara - Que tem filhotes já totalmente formados e "prontos pra vida".
12 de mar. de 2009
Principais doenças e complicações
Atendendo pedidos, vou escrever sobre as principais doenças e complicações que ocorrem nas serpentes em cativeiro.
Na verdade, o conteúdo mesmo quem me mandou foi o Médico veterinário de exóticos e silvestres César (recomendo), e eu apenas organizando e simplificando um pouco pra não ficar muito tecnico.
Vamos começar pela estomatite, que é a mais comum.
*Estomatite:
A estomatite é causada geralmente por Aeromonas hydrophila, Pseudomonas spp e Klebsiella. Uma má nutrição (especialmente deficiências de vitamina C) predispõe a essa infecção, assim como traumatismo decorrente de contenção, alimentação forçada ou colisão com paredes do recinto. Os sintomas incluem hiperemia(aumento da quantidade de sangue circulante num determinado local, ocasionado pelo aumento do número de vasos sanguíneos funcionais) e ulceração da mucosa oral com acúmulo de exsudato caseoso característico, as lesões incluem a gengiva e invadem os alvéolos dentários(cavidade do osso da maxila e mandíbula onde se alojam os dentes) e o osso circundante das arcadas dentárias superior e inferior. Geralmente a estomatite é uma complicaçao secundaria de pneumonias ou septicemias.
*Pneumonia:
Causada principalmente por Klebsiella pneumoniae, Aeromonas hydrophila, Pseudomonas, Proteus e Peptostreptococcus.
Os sintomas incluem apatia, anorexia, falta de ar, estertores respiratórios(um tipo de som feito na respiração), respiração pela boca, corrimento nasal, contrações intercostais, perda de equilíbrio na natação, emaciação crônica. O diagnóstico pode ser feito com Swabs ou lavado laríngeos para isolamento da bactéria.
*Anorexia:
Primeiramente, devemos entender que anorexia não é uma doença, e sim um reflexo comportamental de uma situação que pode ter as causas mais diversas. Mesmo este comportamento precisa ser devidamente classificado entre fisiológico ou patológico. Isto porque existem situações onde o animal não irá comer, como em períodos de hibernação, como pode acontecer em algumas espécies ou em fêmeas em avançado estado de gestação. Não sendo uma situação fisiológica natural, devemos investigar o amplo universo de possibilidades que cerca aquele animal. Na maioria dos casos existe uma causa ambiental que leva a uma situação de estresse e esta síndrome leva também à anorexia. Portanto precisamos estar atentos se a temperatura do recinto está de acordo, se existe um refúgio para o animal, se não existe competição em demasia e se o alimento está sendo servido de acordo com os hábitos daquela espécie, como por exemplo, respeitando se a espécie tem habito noturno ou diurno, dentre outras coisas.
*Ácaros:
O ácaro encontrado nos répteis é o Ophionyssus natricis, que pode parasitar todos os répteis. A pele dos animais fica áspera e com disecdese (troca de pele anormal), podendo ocorrer vitalidade reduzida e em manifestações intensas morte por anemia. Podem se infectar com Aeromonas hydrophila, causador de septicemia hemorrágica, veiculado pelo ácaro.
São encontrados com frequência nos espaços entre as escamas, nas pregas cervicais e faciais e nos sulcos formados entre o óculo e as escamas perioculares.
*Carrapatos:
Carrapatos dos gêneros Amblyoma rotundatum, Ixobioides, Ophyogongylus, Chironobius, Ornithodoros, Aponomma, Hyalomma são os mais comumente encontrados em répteis, onde, todas as espécies são susceptíveis, preferencialmente animais terrestres.
Os sinais são a simples presença dos parasitas no rebordo da cavidade ocular e região periocular, ao longo do corpo e no ventre. Podem levar a dermatites focais a severas patologias sistêmicas por inoculação de toxinas levando a óbito.
*Pneumonia fúngica:
Há vários agentes isolados, Aspergillus, Beauvaria, Geotrichum, Mucor, Cladosporium e Paecilomyces como causa da infecção, e a maioria dos casos é granulomatosa, com desenvolvimento de nódulos característicos e lesões em placa no epitélio (tecido epitelial), além de certo grau de consolidação e necrose pulmonares. As serpentes são mais resistentes a esse tipo de doença.
*Paramixovirose:
Doença que possui como agente o Paramixovírus que acomete serpentes principalmente Jararacas, Jibóias e Cascavéis.
A doença se apresenta de várias formas, de curso agudo e superagudo, onde, sinais respiratórios (antes de morrer a serpente pode expelir conteúdo caseoso e purulento pela glote) e/ou neurológicos (perda de tônus muscular, tremores de cabeça e perda do equilíbrio) por curto período antes de virem a óbito. Curso crônico, emagrecimento e pneumonia por infecção bacteriana secundária e o animal também pode se comportar como portador sadio, onde, disseminam a doença sem apresentar sintomas. Pode levar a quadros de hepatite e pancreatite
O diagnóstico pode ser feito através de PCR ou inibição da hemoaglutinação.
Não existe nenhum tratamento, sacrifício dos animais doentes. A mortalidade varia de 8 a 87%, e cobras mais idosas são mais susceptíveis.
*Doença do corpúsculo de inclusão viral (IBD):
Trata-se de uma doença causada por Retrovírus, que acomete todas as serpentes da família Boidae.
Os sinais incluem regurgitação, estomatites, pneumonias, sarcomas cutâneos(tumor na pele) indiferenciados, desordens linfoproliferativas e leucemias. O sintoma mais indicativo é a encefalite (opistótonos, diminuição da capacidade proprioceptora, perda do reflexo postural) levando à morte.
Diagnostica-se a doença por Sorologia, Imunofluorescência, Inclusão intracitoplasmática em células epidermais. Não existe nenhum tratamento, sacrifício dos animais doentes.
Bem, sei que ficou bastante técnico de mais, então, qualquer duvida pode ser feita, que sua duvida será respondida.
PS: Vou deixar aqui algumas informações sobre o César para caso queiram falar com ele.
Perfil - Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=17816243523923005485
MSN: John_whites@hotmail.com
Ele já me ajudou muito pela internet, e ele também atende em qualquer lugar do Brasil.
Na verdade, o conteúdo mesmo quem me mandou foi o Médico veterinário de exóticos e silvestres César (recomendo), e eu apenas organizando e simplificando um pouco pra não ficar muito tecnico.
Vamos começar pela estomatite, que é a mais comum.
*Estomatite:
A estomatite é causada geralmente por Aeromonas hydrophila, Pseudomonas spp e Klebsiella. Uma má nutrição (especialmente deficiências de vitamina C) predispõe a essa infecção, assim como traumatismo decorrente de contenção, alimentação forçada ou colisão com paredes do recinto. Os sintomas incluem hiperemia(aumento da quantidade de sangue circulante num determinado local, ocasionado pelo aumento do número de vasos sanguíneos funcionais) e ulceração da mucosa oral com acúmulo de exsudato caseoso característico, as lesões incluem a gengiva e invadem os alvéolos dentários(cavidade do osso da maxila e mandíbula onde se alojam os dentes) e o osso circundante das arcadas dentárias superior e inferior. Geralmente a estomatite é uma complicaçao secundaria de pneumonias ou septicemias.
*Pneumonia:
Causada principalmente por Klebsiella pneumoniae, Aeromonas hydrophila, Pseudomonas, Proteus e Peptostreptococcus.
Os sintomas incluem apatia, anorexia, falta de ar, estertores respiratórios(um tipo de som feito na respiração), respiração pela boca, corrimento nasal, contrações intercostais, perda de equilíbrio na natação, emaciação crônica. O diagnóstico pode ser feito com Swabs ou lavado laríngeos para isolamento da bactéria.
*Anorexia:
Primeiramente, devemos entender que anorexia não é uma doença, e sim um reflexo comportamental de uma situação que pode ter as causas mais diversas. Mesmo este comportamento precisa ser devidamente classificado entre fisiológico ou patológico. Isto porque existem situações onde o animal não irá comer, como em períodos de hibernação, como pode acontecer em algumas espécies ou em fêmeas em avançado estado de gestação. Não sendo uma situação fisiológica natural, devemos investigar o amplo universo de possibilidades que cerca aquele animal. Na maioria dos casos existe uma causa ambiental que leva a uma situação de estresse e esta síndrome leva também à anorexia. Portanto precisamos estar atentos se a temperatura do recinto está de acordo, se existe um refúgio para o animal, se não existe competição em demasia e se o alimento está sendo servido de acordo com os hábitos daquela espécie, como por exemplo, respeitando se a espécie tem habito noturno ou diurno, dentre outras coisas.
*Ácaros:
O ácaro encontrado nos répteis é o Ophionyssus natricis, que pode parasitar todos os répteis. A pele dos animais fica áspera e com disecdese (troca de pele anormal), podendo ocorrer vitalidade reduzida e em manifestações intensas morte por anemia. Podem se infectar com Aeromonas hydrophila, causador de septicemia hemorrágica, veiculado pelo ácaro.
São encontrados com frequência nos espaços entre as escamas, nas pregas cervicais e faciais e nos sulcos formados entre o óculo e as escamas perioculares.
*Carrapatos:
Carrapatos dos gêneros Amblyoma rotundatum, Ixobioides, Ophyogongylus, Chironobius, Ornithodoros, Aponomma, Hyalomma são os mais comumente encontrados em répteis, onde, todas as espécies são susceptíveis, preferencialmente animais terrestres.
Os sinais são a simples presença dos parasitas no rebordo da cavidade ocular e região periocular, ao longo do corpo e no ventre. Podem levar a dermatites focais a severas patologias sistêmicas por inoculação de toxinas levando a óbito.
*Pneumonia fúngica:
Há vários agentes isolados, Aspergillus, Beauvaria, Geotrichum, Mucor, Cladosporium e Paecilomyces como causa da infecção, e a maioria dos casos é granulomatosa, com desenvolvimento de nódulos característicos e lesões em placa no epitélio (tecido epitelial), além de certo grau de consolidação e necrose pulmonares. As serpentes são mais resistentes a esse tipo de doença.
*Paramixovirose:
Doença que possui como agente o Paramixovírus que acomete serpentes principalmente Jararacas, Jibóias e Cascavéis.
A doença se apresenta de várias formas, de curso agudo e superagudo, onde, sinais respiratórios (antes de morrer a serpente pode expelir conteúdo caseoso e purulento pela glote) e/ou neurológicos (perda de tônus muscular, tremores de cabeça e perda do equilíbrio) por curto período antes de virem a óbito. Curso crônico, emagrecimento e pneumonia por infecção bacteriana secundária e o animal também pode se comportar como portador sadio, onde, disseminam a doença sem apresentar sintomas. Pode levar a quadros de hepatite e pancreatite
O diagnóstico pode ser feito através de PCR ou inibição da hemoaglutinação.
Não existe nenhum tratamento, sacrifício dos animais doentes. A mortalidade varia de 8 a 87%, e cobras mais idosas são mais susceptíveis.
*Doença do corpúsculo de inclusão viral (IBD):
Trata-se de uma doença causada por Retrovírus, que acomete todas as serpentes da família Boidae.
Os sinais incluem regurgitação, estomatites, pneumonias, sarcomas cutâneos(tumor na pele) indiferenciados, desordens linfoproliferativas e leucemias. O sintoma mais indicativo é a encefalite (opistótonos, diminuição da capacidade proprioceptora, perda do reflexo postural) levando à morte.
Diagnostica-se a doença por Sorologia, Imunofluorescência, Inclusão intracitoplasmática em células epidermais. Não existe nenhum tratamento, sacrifício dos animais doentes.
Bem, sei que ficou bastante técnico de mais, então, qualquer duvida pode ser feita, que sua duvida será respondida.
PS: Vou deixar aqui algumas informações sobre o César para caso queiram falar com ele.
Perfil - Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=17816243523923005485
MSN: John_whites@hotmail.com
Ele já me ajudou muito pela internet, e ele também atende em qualquer lugar do Brasil.
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