29 de set. de 2008

Cascavel

A cascavel, boiquira ou maracambóia (Crotalus durissus) é uma serpente muito comum em certas regiões brasileiras e uma das espécies de serpentes mais temidas do mundo. Há no Brasil seis subespécies que são: C. durissus terrificus, C. durissus cascavella, C. durrissus collilineatus, C. durissus ruruima, C. durissus marajoensis e C. durissus trigonicus. A Cascvel durissius terrificus é de coloração esverdeada com pontos ou manchas brancas. A sua distribuição geográfica se estende desde o México até a Argentina, passando pela Bolívia e Paraguai. É uma serpente de fácil identificação, em função do guizo ou chocalho que apresenta na ponta da cauda. É tida como uma das mais mortais entre os ofídios. No Brasil, ela ocupa o segundo lugar entre as mais letais. Não é uma espécie muito agressiva, atacando mais para se defender ou apenas como predadora. Embora ela seja abundante em toda a América do Sul especialmente no Brasil, só representa cerca de 8% dos acidentes ofídicos ocorridos em humanos. Isso se explica não apenas, pelo fato de atacar somente quando se sente ameaçada; mas acima de tudo, porque agita o guizo antes de picar, dando chance a vítima de se defender. Quando está ameaçada, enrola-se quase por completo, deixando a parte anterior do corpo erguida em forma de “S”, com o guizo em movimento, produzindo um barulho audível a metros de distância. O alerta é suficiente para afastar as pessoas e evitar um acidente. Seu bote é seguro, embora não seja dos mais rápidos (2,5 m/segundo), raramente é desperdiçado.

A cascavel possui um arsenal de pelo menos 13 substâncias peçonhentas, que atuam como enzimas digestivas decompondo as proteínas dos tecidos das vítimas ou têm ação tóxica sobre os sistemas nervoso, circulatório e renal. Essas enzimas também atuam como venenos, cansando necrose dos tecidos, levando a vítima à morte. A sua peçonha é uma mistura de proteínas e peptídeos biologicamente ativos, aminas biogênicas e outras substâncias que atuam alterando diversos processos fisiológicos (Markland, 1998). Ela tem ação neurotóxica, miotóxica, nefrotóxica, coagulante, anticoagulante, além de ação hemolítica in vitro. A ação miotóxica causa lesões nas fibras musculares, produzindo inchaço e a sua ruptura. A ação neurotóxica deixa as vítimas com paralisia facial e das pálpebras, fazendo com que muitos acreditem que o a peçonha causa cegueira. O efeito nefrotóxico deixa as pessoas com “cara de bebum”. Uma enzima chamada fosfolipase A2, tem efeito devastador sobre os tecidos, causando-lhes não apenas inflamação, mas também é responsável pelos efeitos citotóxico, miotóxico e neurotóxico. A crotoxina juntamente com a crotamina, convulxina, giroxina, respondem pelos efeitos neurotóxicos causados no organismo, desencadeando sintomas de incoordenação motora, convulsões, salivação e a paralisia de suas vítimas. A crotamina responde pela necrose causada nos tecidos. A crotoxina, principal componente ativo da peçonha, provoca paralisia muscular, respiratória e rompimento das membranas celulares. Ela inibe a liberação de acetil-colina, um neurotransmissor responsável pela transmissão dos estímulos nervosos. Com suspensão da produção de acil-colina, os músculos perdem a capacidade de contração e a vítima fica impossibilitada de reagir fugindo do alcance da serpente. Isso é importantíssimo quando se trata de uma presa; pois, facilita a localização da mesma sem desperdício de energia. Sem acetil-colina, não há transmissão de impulsos nervosos, e a vítima, especialmente a presa, acaba ficando paralisada no próprio local da picada.

Entre os principais sintomas da picada de uma cascavel podem ser citados: fraqueza progressiva, paralisia das pálpebras, alterações visuais podendo culminar com a cegueira, vômitos, diarréia, hematúria, sonolência e morte causada por paralisia respiratória. A falha relha renal também é apontada como uma das principais causas de morte dos pacientes.

A peçonha de uma serpente é constituída basicamente de proteínas Se ela ficar muito tempo sem se alimentar, a produção de peçonha fica prejudicada. O contrário se dá quando ela se alimenta bem.

Os anéis do guizo representam vestígios cornificados, que permanecem após a muda de pele. Mas afinal, onde começa a cauda? Convencionou-se chamar de cauda, à parte da serpente que começa imediatamente após o orifício anal.

A cascavel também possui seus predadores naturais. Entre as serpentes, podemos citar: a muçurana (Pseudoboa cloelia) e a coral-verdadeira, gênero Micrurus.

Hábito alimentar.
Suas presas principais são ratos, pequenos lagartos, pequenos roedores e pássaros. Embora seja de hábitos noturnos, também pode ser vista caçando durante o dia ou se aquecendo durante as primeiras horas da manhã.

Reprodução.
As cascavéis podem hibernar. Nos Estados Unidos da América, elas hibernam durante 5 meses, saindo da hibernação direto para o acasalamento. Mesmo depois de ficarem 5 meses sem comer nem beber, o instinto de reprodução fala mais alto e elas primeiro acasalam, depois saem em busca de alimento. O acasalamento dessa espécie segue o mesmo padrão de comportamento da maioria das espécies de serpentes. Entre os machos, a disputa pela fêmea, gera a dança do acasalamento. É uma luta que tem o objetivo de colocar o perdedor por baixo, dessa forma, a dança pode durar alguns dias. A cópula pode durar um dia inteiro, com algumas interrupções. É uma espécie ovovivípara, ou seja, seus ovos se rompem no oviduto dando origem ao nascimento dos filhotes. O número de filhotes que nasce varia de 8 a 20, com tamanho aproximado de 30 centímetros.

A cascavel é um animal territorial e procura voltar sempre ao mesmo local onde nasceu. As cascáveis vivem até 40 anos.

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira



Principais serpentes peçonhentas.

Apartir de hoje vamos falar um pouco sobre as principais serpentes peçonhentas.
Os textos são do vencedor do 1° concurso do blog, Antonio Alvez de Siqueira.
Espero que gostem.

Alexandre Figueiredo Almança.


25 de set. de 2008

As serpentes podem ser vítimas do próprio veneno?

Claramente que não. Isso é quase impossível de acontecer. Primeiro porque as serpentes - até onde sabemos - são imunes à própria peçonha; segundo, porque a língua delas é projetada (dardejamento) para realizar apenas movimentos para frente e para trás. Os movimentos laterais (para onde se localizam as presas inoculadoras de peçonha), não ocorrem, não havendo como picar a própria língua. É importante lembrar que, uma serpente pode ser imune à própria peçonha ou à peçonha de outra espécie, mas pode não o ser diante da peçonha de uma determinada espécie. Por exemplo, a muçurana é imune à peçonha da jararaca, mas é altamente sensível à peçonha da coral-verdadeira do gênero Micrurus. As serpentes ofiófagas podem matar por inoculação de peçonha, no caso da coral-verdadeira (Micrurus sp.), por exemplo; ou ainda por constrição no caso da Muçurana (Clelia clelia). Serpentes ofiófagas como a muçurana apresenta grande importância no controle de outras serpentes como a jararaca, sua principal presa, chegando a comer 17 espécimes por ano. As serpentes são, portanto de grande importância para a cadeia ecológica. Por isso, não devem ser mortas, mas, retiradas das áreas de risco às pessoas e outros animais e colocadas em seu habitat natural; um processo que deve ser feito por um herpetólogo.

O poder mortífero da peçonha das serpentes vem mudando devido à corrida evolucionária. As presas vêm desenvolvendo resistência à peçonha das serpentes e essas por sua vez, vêm desenvolvendo peçonha cada vez mais potente. A isso, a biologia chama “corrida de armas”.

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira


21 de set. de 2008

Lembrete importante

Somente especialistas devem se aproximar de serpentes. Se você quer evitar complicações, algumas medidas adotadas serão muito importantes quanto à prevenção de acidentes.

1 - Nunca andar descalço.
Pesquisas têm mostrado que, pelo menos 50 % dos acidentes com picadas de serpentes peçonhentas no Brasil, ocorrem até a altura do tornozelo. Botas do tipo cano longo ou o uso de perneiras poderá prevenir até 75 % dos acidentes com picadas de serpentes. As serpentes peçonhentas, em geral, são pacíficas e só atacam se tiverem seu hábitat invadido ou quando se sentem ameaçadas. Não é inteligente ameaçar uma serpente e invadir o seu território achando que nenhum ônus será cobrado por parte dela. Mas, se você necessita invadir o seu território porque precisa realizar algum trabalho de campo ou mesmo está somente passeando em seu hábitat, deve tomar todos os cuidados necessários, tais como: fazer uso de botas de cano longo, perneiras, luvas, etc. Nunca meter as mãos em buracos, revirar lixo ou entulhos com as mãos, subir em árvores sem antes inspecioná-las para se certificar de que não há serpentes escondidas em seus galhos e olhar bem o local aonde vai se sentar ou pisar.

2 – Nunca deixar lixo nas imediações das residências.
O lixo fornece pelo menos dois componentes básicos importantes para atrair as serpentes. O lixo atrai ratos que procuram restos de alimentos. Esses animais deixam urina por onde passam e isso atrai as serpentes que seguem o rastro de odor da urina. Além disso, o lixo, em geral, fornece abrigo quente às serpentes que são animais de sangue frio e precisam se aquecer.

3 - Proteger a residência.
A proteção às residências passa por alguns fatores importantes tais como: não destruir os inimigos naturais das serpentes, como emas, gaviões, corujas, gambás, seriemas, serpentes ofiófagas (que se alimentam de serpentes), etc. As residências e paios devem ser protegidos impedindo que suas portas tenham frestas e não permitindo que trepadeiras cresçam em suas paredes. Como são animais de sangue frio e precisam se aquecer para que o seu metabolismo possa funcionar bem, elas buscam ambientes quentes e para isso não são muito seletivas quanto ao local escolhido. Algumas pessoas já foram mortas por picadas de serpentes enquanto dormiam.


Texto de: Antonio Alvez de Siqueira


18 de set. de 2008

Taipan

A taipan (Oxyuranus microlepidotus) é por muitos considerada a serpente mais peçonhenta do mundo. A taipan com duas espécies (Oxyuranus microlepidotus e Oxyuranus scutellatus) são encontradas nos ecossistemas australianos. A peçonha da taipan é tão eficiente que, uma só picada pode levar a morte 125 pessoas adultas. Também há estimativas de que a peçonha de uma só picada possa matar 250.000 camundongos, ou ainda, cerca de 300 ovelhas. Essa serpente pertence à família Elapidae, a mesma família que engloba a coral-verdadeira (Micrurus sp.). Também chamada de cobra-de-barriga-amarela ou taipan-do-interior é encontrada no interior da Austrália, especialmente no deserto de Simpson. A outra espécie de taipan (Oxyuranus scutellatus) vive na costa australiana, mas essa é seis vezes menos tóxica que a taipan do interior. A taipan-de-Simpson é uma cobra que mede em torno de 2,50 metros; onde a fêmea é maior que o macho. Todavia, a maioria não passa de 2 metros de comprimento.

A peçonha tem ação hemotóxica, neurotóxica e nefrotóxica, podendo matar um ser humano em 45 minutos.

Entre os principais sintomas em humanos, estão náuseas, vômitos, cefaléias, hemorragias, às vezes hipotensão, ou hipertensão, dor abdominal, perda da consciência, convulsões, paralisia progressiva iniciando-se na cabeça e estendendo-se ao restante do corpo, dores musculares e insuficiência renal. A morte de suas vítimas ocorre por parada respiratória.

Reprodução.
As fêmeas realizam a desova entre novembro e dezembro, numa quantidade que pode chegar a 20 ovos. O período de incubação é de cerca de 90 dias e os filhotes nascem com aproximadamente 30 cm de comprimento. Como toda serpente, não tolera o calor do deserto e procura se esconder durante o dia, em fendas e buracos.

Foto: Taipan do interior by A.A. de Siqueira.

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira


15 de set. de 2008

As serpentes podem nadar?

Vale lembrar que as serpentes não possuem membros locomotores, sendo esse um dos critérios para classificá-las. Apenas a Jibóia (Boa constrictor) e as pítons possuem vestígios ósseos dos membros posteriores. Internamente, esses vestígios se traduzem por restos da cintura pélvica e externamente, por esporões. De acordo com os biólogos as serpentes descendem dos lagartos e foram perdendo as pernas, na medida em que evoluíam. Para rastejar precisam de uma superfície onde possam se agarrar. Elas não se deslocam em superfícies totalmente lisas. De acordo com a espécie, durante o deslocamento, usam até 15.000 músculos. Os músculos se deslocam sobre as escamas que se fixam à superfície. Ou seja, apesar da ausência de membros, todas elas são capazes de nadar.

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Foto: Jibóia, cedida pelo Corel Draw

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira



12 de set. de 2008

Serpentes marinhas

As serpentes-marinhas encabeçam a lista das serpentes mais peçonhetas do mundo. Já foram identificadas 55 espécies. A Hydrophis spiralis pode medir 2,75 metros de comprimento. Espécies como a Enhydrina schistosa possui uma das peçonhas mais mortíferas entre todas as serpentes conhecidas. As serpentes-marinhas apesar de muito peçonhentas, dificilmente oferecem perigo ao homem quando manipuladas; uma vez que são pouco agressivas e dificilmente atacam. Usam a peçonha quase que exclusivamente para matar suas presas. A peçonha tem ação miotóxica, além de matar, em geral, por insuficiência renal aguda. Uma única gota da peçonha de algumas serpentes-marinhas é suficiente para matar 3 pessoas. A peçonha é muito temida pela ação rápida com que se dissemina pelo corpo e mata suas vítimas. Algumas espécies chegam a ter uma peçonha 100 vezes mais potente que a peçonha da maioria das serpentes-terrestres. A serpente-verde-oliva, numa só picada, injeta peçonha suficiente para matar 60 pessoas.

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira.


11 de set. de 2008

As serpentes voam?

As serpentes não voam, no sentido restrito da expressão voar. O que se observa é que algumas espécies de serpente conseguem planar. As serpentes do gênero Chrysopelea (são 5 espécies, todas do mesmo gênero e vivendo na Ásia), conseguem essa proeza. Elas são capazes de planar por mais de 100 metros, saltando de uma árvore a outra. Para isso, a serpente precisa se lançar de um ponto mais alto para outro mais baixo. Sendo, portanto, incapaz de decolar a partir do chão. Para permitir que seu corpo permaneça mais tempo no ar, ela o achata durante a trajetória, ganhando aerodinâmica. O tamanho dessas serpentes varia de 60 a 120 cm de comprimento. A maior delas é a Chrysopelea pelias que pode medir 1,20 metros.


FOTO: Serpente-voadora By: A. A. de Siqueira

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira


8 de set. de 2008

Jararaca

Jararaca (Bothrops jararaca) é uma serpente solenóglifa e está entre as mais temidas serpentes do mundo. Ela é uma das maiores serpentes peçonhentas com uma média de 1,3 metros de comprimento. A coloração varia do cinza ao verde. O Brasil tem 32 espécies de jararaca identificadas até agora. Em nosso país, sua peçonha ocupa o terceiro lugar na classificação das mais tóxicas. Aqui são picadas anualmente cerca de 20.000 pessoas por todas as espécies de serpentes, mas a jararaca sozinha responde por até 90% desse número. É a serpente que mais mata em razão de ser a mais abundante. Sua peçonha causa hemorragias, queda da pressão arterial e choque. Esses são apenas alguns dos principais sintomas. Mas, sua peçonha tem outras funções além de matar pessoas ou animais. As serpentes bem como outros animais que outrora eram tidos como vilões, atualmente estão virando heróis ao salvar pessoas acometidas de doenças antes consideradas sem cura. Substância como a bradicinina encontrada na peçonha da jararaca é usada no combate a hipertensão arterial.

As serpentes do gênero Bothrops são as que mais matam em grande parte da América do Sul. O grande número de óbitos se dá não apenas por ser a peçonha de grande letalidade; mas, sobretudo, pelo dela existir em grande número e estar espalhada em diversos ecossistemas.

Alimentação.
A sua alimentação básica é constituída por roedores, lagartos e anfíbios.

Reprodução.
É uma serpente vivípara podendo gerar até 15 filhotes.

FOTO: cedida pelo CRMV MG

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira


6 de set. de 2008

Campeã em apnéia

Nenhum outro animal pulmonado pode ficar tanto tempo debaixo d’água sem respirar. Algumas serpentes-marinhas mergulham até 100 metros de profundidade e podem ficar a maior parte do tempo submersa, subindo à superfície somente a cada 8 horas para respirar. Para se ter uma idéia do seu potencial, a título de comparação (entre os humanos), os campeões mundiais em apnéia permanecem pouco mais que seis minutos submersos. As serpentes-marinhas ganharam essa capacidade, em parte, graças ao pulmão único que ocupa grande parte do corpo, indo da região da cabeça até a região da cloaca. Também possuem sacos musculares que são utilizados para armazenar grandes quantidades de ar, permitindo que permaneçam por mais tempo submersas. Além disso, válvulas especiais fecham as narinas, impedindo que haja entrada de água no sistema respiratório; assim como, escamas que fecham hermeticamente a boca para que não haja entrada de água. Suas narinas estão posicionadas na região dorsal da cabeça para facilitar a captura de oxigênio na superfície da água. Para melhorar ainda mais seu desempenho debaixo d’água, elas contam com uma respiração cutânea, com a qual podem adquirir até 25% de todo oxigênio de que necessitam.


FOTO: Sepente-marinha by A.A. de Siqueira.

Reprodução.

A serpente-marinha Enhydrina schistosa dá origem 2 até 9 filhotes de cada vez.


Texto de: Antonio Alvez de Siqueira


5 de set. de 2008

Importância das Serpentes.

Como já foi dito no post anterior, o vencedor do 1º concurso do mundo rastejante foi Antonio Alvez de Siqueira, e como já disse, dividi o texto dele em várias partes, pois ele fala sobre vários assuntos diferentes.
O primeio texto dele que irei postar é sobre a importancia das serpentes, e ao longo desse fim de semana e na semana que vem vou postar todos os dias no blog um texto do nosso vencedor.

Importância das Serpentes

Acima de tudo devemos dizer que, as serpentes peçonhentas são animais muito perigosos que matam cerca de 125.000 pessoas todos aos anos, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Embora seja grande o número de acidentes ofídicos, em seres humanos no Brasil, aproximadamente 22.000 todos os anos, somente algo em torno de 1% deles resulta em morte. De acordo com Hospital Vital Brazil, em 17.000 casos de acidentes ofídicos registrados, somente 0,6% resultou em morte. Na verdade, as abelhas e os cães matam mais pessoas no Brasil do que as serpentes. Mas, na India são mortos cerca de 10.000 pessoas vítimas de acidentes ofídicos todos os anos. Todavia, devemos lembrar que, as serpentes peçonhentas não fazem apenas matar, elas também salvam vidas humanas. Entre as inúmeras toxinas extraídas da peçonha dessas serpentes, a medicina isolou substâncias, como por exemplo, agentes inibidores da coagulação sanguínea. São substâncias utilizadas no tratamento de pessoas acometidas por doenças cardiovasculares. Outras enfermidades como câncer e esclerose múltipla são apenas alguns exemplos das doenças que podem ser curadas utilizando-se princípios ativos extraídos da peçonha das serpentes.

A quantidade de pessoas que morrem todos os anos vítima de picadas de serpentes, não está ligada diretamente à letalidade do seu veneno, mas, sobretudo, ao seu comportamento e hábitat. A Taipan considerada por alguns a serpente mais perigosa do mundo, está restrita a uma pequena faixa de terra da Austrália, não é agressiva e ainda por cima, tem pouco contato com humanos. Por isso, o número de acidentes envolvendo essa serpente é pequeno. No entanto, serpentes como, víbora-tapete (Echis carinatus) cuja peçonha não é tão tóxica mata cerca de 10% das pessoas que não recebem tratamento específico; um número considerado alto para uma serpente cuja peçonha é pouco tóxica. Isso é explicado pelo fato da víbora-tapete ser mal-humorada, atacando tudo que se move á sua volta.

Também é importante destacar que, nem toda picada de uma serpente peçonhenta envolve inoculação de peçonha. Cerca de 25% das picadas de serpentes peçonhentas são consideradas secas, ou seja, não contêm peçonha. Há quem diga até que, a inoculação de peçonha somente ocorre em 10% das picadas. As serpentes procuram economizar seu arsenal químico para momentos importantes no que concerne a sua segurança. Uma vez que precisam de muita proteína para produção de peçonha, elas não podem se dar ao luxo de desperdiçá-la sem uma boa causa.

Texto de: Antonio Alvez de Siqueira



4 de set. de 2008

Vencedor do concurso mundo rastejante

É com grande prazer que anunciamos o vencedor do concurso realizado pelo blog. Para quem não sabe, mês passado fizemos um concurso elegendo o melhor texto sobre serpentes. E o vencedor foi nosso amigo médico veterinário e escritor Antonio Alvez de Siqueira. O texto dele me chamou muita atenção, pois foi um texto bem grande e falou sobre vários assuntos, Então estarei postando ele em partes, e não de uma vez só. E uma outra coisa é que ele falou sobre concientização, um assunto MUITO importante, pois é na concientização que vamos acabar com o preconceito brasileiro contra serpentes e outros animais.

Antonio Alvez de Siqueira é escritor como já disse acima e está lançando o livro "Biologia de Animais Selvagens - Ecologia em Foco" (vertebrados), com 582 páginas no formato 16x23, totalmente colorido com fotos de altíssima qualidade. Um livro que abrange quase 1000 espécies de todos os ecossistemas.
Uma opinião minha em off: eu li alguns pequenos pedaços do livro, e o meu livro já está encomendado. O livro tem tudo pra ser muito bom, recomendo, não só porque ele ganhou, mas realmente o livro será um grande sucesso.

A encomenda do livro pode ser feita no perfil do orkut de Antonio Siqueira: http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?origin=is&uid=6212713498857659115

ou pelo site:
www.curiosidadesdomundoanimal.com.br

O livro não tem data certa para ser lançado, mas será mais ou menos no fim do ano.
Quem tiver a oportunidade de comprar o livro, comprem, vale a pena!!!

E também convido a todos para participar da comunidade do orkut "Bio selva" - comunidade destinada ao estudo da biologia de animais selvagens e da biodiversidade. A biologia levada a sério. http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=33587371

Amanhã será postado o texto de Antonio Alvez de Siqueira.

Obrigado a todos que participaram do concurso, e parabéns ao vencedor.